Por ZÉ DIOGO QUINTELA
PARABÉNS ao FC Porto, que pode somar mais um ao extenso rol de títulos que possui. A saber, o único clube do mundo com um distúrbio psiquiátrico catalogado no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais. É o que se depreende das acções de Pinto da Costa. Quando diz que um clube que é campeão da Europa e do Mundo não precisa de comprar árbitro e, ao mesmo tempo, não recorre da sentença que diz que o Porto os compra (recorrendo da sua própria sentença), Pinto da Costa está a assumir que o Porto padece de cleptomania. É do que sofre quem rouba sem necessidade. E é mais um motivo de vergonha para os seus adversários: perderem consecutiva e cabalmente para um clube que sofre de uma desordem mental.
Isto não é um caso para a justiça desportiva, mas para a psiquiatria clínica. É uma condição que não se cura com sanções, trata-se no divã, com psicanálise. Porque, de facto, uma equipa treinada pelo Mourinho, com Deco, Maniche e Ricardo Carvalho, não tinha necessidade de surripiar. E, no entanto, ela surripiou. É o que assume o Porto, ao não recorrer da sentença.
Se com uma equipa tão espectacular foi assim, o que não terá sido para ganhar títulos com o Bandeirinha, o Jorge Couto e o Vinha? Ui, ui! A quantidade de cafezinhos que devem ter sido servidos em casa de Pinto da Costa nessa altura. Aposto que tinha uma máquina La Cimabli na cozinha. Se já houvesse Nespresso na década de 90, o Porto era capaz de ganhar campeonatos com 50 pontos de avanço.
Quando o Pinto da Costa recorre, mas o Porto não, até parece que é um acto de cobardia do presidente. Pelo contrário, caro leitor! É um acto de coragem. Ao assumir que o clube prevaricou, mas que ele não teve nada que ver com isso, Pinto da Costa implicitamente admite que, vai-se a ver, não é assim tão poderoso e não foi tido nem achado para esta trafulhice. É uma confissão de humildade. Querem ver que o Pinto da Costa afinal não manda nada?
Tirando bocas. Lá bocas manda ele. Sobre o passeio que foi esta época, por exemplo. Mais uma em que, pelos vistos, o Porto não «precisou» de corromper. E que, apesar do castigo, acabou com 14 pontos à maior. Que seriam 13, se o golo que o Postiga marcou em fora-de-jogo contra o Belenenses fosse anulado. Onze, se acontecesse o mesmo ao do Tarik contra o Leixões, também em fora-de-jogo. Ou 9, se contra o Setúbal, não tivesse sido validado o golo do Mariano, depois de ajeitar a bola com a mão. Sete, sem o penalty mal assinalado sobre o Quaresma, no Restelo. Ou 5, sem o golo marcado no livre indirecto pelo abstruso atraso do Polga. Portanto, com mais um ponto para o Sporting, que ficaria a 4. E o passeio, afinal, era um calvário.
É embaraçoso ganhar pontos ao Porto na secretaria. Mas é ainda mais embaraçoso o Porto ganhar pontos na sala de estar do Pinto da Costa. Nenhuma assoalhada é bom sítio para se jogar futebol. Pinto da Costa devia ter dado ouvidos à sua mãe. As mães dizem sempre aos filhos para não jogarem à bola dentro de casa. De castigo, não come gelado. Nem vai à Liga dos Campeões.
Quanto à tão propalada superioridade do Porto (o clube que se assumiu como corrupto ao não recorrer da decisão) sobre o Sporting, amanhã veremos. Esta época ganhámos dois jogos e perdemos um com uma regra inventada a posteriori pela Comissão de Arbitragem. Por mais dominador que o Porto (o clube declaradamente corrupto) tenha sido nos jogos contra nós, não marcou um único golo legal. Aliás, mais do que dominador, recordo este Porto (agremiação notoriamente subornadora) como dominatrix: entradas como a do Quaresma sobre o Veloso ou do Bruno Alves sobre o Moutinho são dignas de um filme sadomasoquista.
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