quinta-feira, julho 10, 2008

Compre um burro.


Estou farto de aumentos de gasolina. Vendi o carro e deixei de andar de transporte públicos, que também se aproveitam para aumentar os seus preços. Coloquei uma manjedoura na garagem e comprei um burro. Em segunda mão, com a pelagem já um pouco ruça, mas que anda muito bem. Mesmo na sua mais louca velocidade não corro o risco de ficar sem carta. Aliás, nem é preciso carta de condução, inspecção, seguro ou selo das finanças. Arranjo sempre lugar para estacionar e nunca nenhum polícia da EMEL me incomodou por não lhe ter colocado na testa o bilhete do parquímetro.
Anda sempre, mesmo quando já não tem fava na barriga. Nunca me deixou parado no meio de uma subida, obrigando-me a andar quilómetros para lhe ir buscar um balde de favas. Passei a chegar a horas ao emprego. Não anda tão depressa como um carro, mas chega mais depressa. Rio-me dos engarrafamentos. O burro esgueira-se lindamente por entre os carros parados e por cima dos passeios. Até sobe e desce escadas. E é completamente ecológico! Não consome gasolina nem óleo, mas produtos inteiramente biológicos e degradáveis, como favas, cenouras e cevada. Quando o estaciono em jardins ou relvados, auto-abastece-se automaticamente. E o que sai pelo seu tubo de escape não polui o ar nem faz buracos no ozono. As suas bostas são do melhor fertilizante que há para a agricultura. Estou a treiná-lo para dar coices em situações de burro-jacking.


(chegou por mail)

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