Por: Cruz dos Santos in (ABola)
Vai por aí grande alvoroço, derivado do penalty que, anteontem, no Estádio do Dragão, deu empate ao FC Porto no jogo com o Benfica. E há razão para alvoroço, porque a falta não existiu e o árbitro até estava perto do lance e sem que alguém lhe afectasse a visibilidade. Pergunta-se: como foi possível o erro de análise, tão grosseiro na TV? Ninguém tem resposta. Talvez nem o próprio árbitro. E, por isso, ele é seguramente um homem amargurado, apesar de experiente e sabedor de que só não falha quem nada faz.
A sua nomeação não foi contestada. E compreendeu-se, porque Pedro Proença é internacional desde o dia 1 de Janeiro de 2003, fruto de valor indiscutível. Mas logo houve quem lhe fizesse uma maldade, recordando e trazendo a público a sua afeição benfiquista. Qual o objectivo? E que interessa isso num homem sério? Preferiam os tempos em que quase todos os árbitros portugueses se diziam simpatizantes de pequenos clubes? Pareceu que sim, pois complicaram-lhe a tarefa, já por si só delicada. E imagine-se o que dele se diria, agora, se o inexistente penalty tivesse sido assinalado a favor do Benfica.
Quem viu razão para o penalty foi Jesualdo Ferreira. E é pena, porque confirma um discurso que, noutros tempos, não lhe estava nos hábitos. Depressa aprendeu o que a casa gasta. E não o fez sozinho, pois José Gomes, seu adjunto, seguiu-lhe os passos. Recorde-se o que disse, por exemplo, sobre a arbitragem do Sporting-FC Porto, das meias-finais da Taça da Liga. Uma vergonha. E até esqueceu que Tarik devia ter sido expulso, quando festejou o golo portista com manguitos e outros insultos para os sócios ou adeptos do Sporting. Como responsáveis, um e outro, Jesualdo e José, deviam pensar duas vezes, pelos menos, antes de falarem perante situações adversas. Veja-se o caso de Quique Flores e, anteontem, também, de Paulo Bento, exemplares no elogio dos antagonistas e sem recorrerem ao que até podiam ter invocado.
Entretanto, é evidente a razão que faz com que a bola, quando ressalta da barra ou de um poste na marcação de um livre ou de um penalty, fica disponível para todos os jogadores, menos para aquele que executou o castigo. A barra e os postes são elementos neutros e ninguém pode dar dois toques consecutivos na bola. Foi isso que aconteceu, há poucos dias, no Sevilha-Atlético de Bilbau, meias-finais da Taça do Rei, em Espanha. Kanouté, do Sevilha, marcou um penalty, a bola foi a um poste, ele fez recarga (detida pelo guarda-redes) e o árbitro puniu o Sevilha com livre indirecto. Muito bem. E, no entanto, afirmou-se na Sport TV2 que Kanouté nem na recarga fizera golo. Atenção às Leis do Jogo.
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