Por Ricardo Araújo Pereira
ONTEM estive, como toda a gente, a seguir pela televisão o grande espectáculo do dia: a gala do Sport Lisboa e Benfica, na Benfica TV. Parece que também deu, noutro canal, o Porto-Sporting. Confesso que não sabia. Nunca imaginei que a Liga obrigasse o Sporting a fazer dois jogos com apenas dois dias de intervalo. Só depois é que percebi que não foi a Liga que obrigou o Sporting, foi o Sporting que se ofereceu. O caso tem tanto de interessante como de previsível: enquanto solicitava o adiamento do jogo para a Taça de Portugal com o Estrela, o Porto pediu ao Sporting que antecipasse o clássico para sábado porque tinha jogo na quarta contra o Estrela. O Sporting, leal aliado do Porto, aceitou. É possível que, se Pinto da Costa tivesse pedido com jeitinho, Soares Franco tivesse concordado em disputar o clássico dez minutos depois do fim do Sporting-Bayern. Era sair, enxugar as lágrimas, e voltar a entrar. Nas vésperas das meias-finais da Taça da Liga, Soares Franco relatou com orgulho um telefonema que Pinto da Costa teria feito para lhe comunicar, com a grandeza que caracteriza o presidente portista, que o Porto não compareceria em Alvalade se o Benfica não disputasse o seu jogo. Na altura, não percebi de que modo é que o Benfica poderia participar num Sporting-Porto, mas ontem, quando constatei que o vencedor do Porto-Sporting foi, evidentemente, o Benfica, fiquei esclarecido. Um clube tem de ser mesmo muito grande para ganhar jogos em que nem sequer participa. De qualquer modo, suponho que, esta semana, Soares Franco vá ficar à espera de um telefonema de Pinto da Costa para lhe explicar a razão pela qual o Porto não vai jogar com o Estrela, depois de ter pedido para antecipar o jogo com o Sporting.
O Porto entrou no jogo de ontem com quatro jogadores em risco de serem excluídos se vissem o quinto cartão amarelo. Desses jogadores, um cometeu uma infracção para vermelho e viu amarelo, e todos os que cometeram infracções para amarelo não viram cartão nenhum. É possível que alguns dos jogadores que têm neste momento quatro amarelos se reformem antes de verem o quinto. Mas vai ser divertido saber a razão pela qual a agressão de Cristian Rodríguez a Caneira não vai ser alvo de sumaríssimo. Que não vai ser já todos sabemos. Mas as justificações são sempre surpreendentemente imaginativas. Avanço com uma hipótese: a lei determina que não pode haver sumaríssimos para jogadores com nome de coisas que se põem na sopa. Pelo menos até o Benfica ter um ponta-de-lança chamado Repolho.
Mai nada RAP, na muche!
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