domingo, janeiro 31, 2010
A chama imensa: A geografia do desespero.
IMAGINE o leitor que um ataque semelhante ao que atingiu esta semana o autocarro portista tinha sucedido no Porto. Não faltaria certamente quem garantisse que o Porto era mais perigoso que Palermo. E com razão, porque de facto o ataque é infame e perigoso. Mas agora imagine que o Benfica tinha ido jogar a Seroa, uma freguesia do concelho de Paços de Ferreira que fica a cerca de 30 quilómetros do Porto. Perto do destino, o autocarro da equipa e o carro do presidente eram atingidos por pedras. Algum benfiquista teria a desonestidade intelectual de afirmar que o sucedido indicava que o Porto estava cada vez mais parecido com Palermo? Talvez. Infelizmente, há gente desonesta em todo o lado. Mas, com franqueza, parece-me improvável. No entanto, o Porto foi jogar ao Estoril, uma freguesia do concelho de Cascais que fica a cerca de 30 quilómetros de Lisboa. Perto do destino, o autocarro da equipa e o carro do presidente foram atingidos por pedras. Quem terá cometido o crime? Um estorilista? Um benfiquista? Um sportinguista? Um portista que reprova o que ouviu nas escutas (que diabo, há-de haver um)? Ou o jornalista do JN que foi atropelado por aquele mesmo veículo? Enfim, os suspeitos serão muitos, mas uma coisa é certa: a culpa é da cidade de Lisboa. Cascais continua a ser Cascais. Oeiras, que separa Cascais de Lisboa, continua a ser Oeiras. Mas ou o presidente da câmara de Lisboa começa a preocupar-se com a criminalidade de Cascais ou a capital fica muito parecida com Palermo.
Neste momento, vale tudo. Os jogadores do Porto agridem gente no túnel? A culpa é do Benfica. Alguém atira pedras aos carros em Cascais? A culpa é de Lisboa. O país inteiro ouve o presidente do Porto a combinar encontros com árbitros? A culpa é do país inteiro, que não tem nada que ir ouvir. Se o meu clube vendesse os seus melhores jogadores, fosse à Argentina abastecer-se de refugo e estivesse arredado dos primeiros lugares, eu também estaria interessado em reflectir sobre autocarros, teorizar acerca de túneis, meditar profundamente nas rivalidades doentias entre cidades. Todos os temas seriam bons, desde que não me falassem de futebol.
Tenho pensado muito em Vale e Azevedo, o ex-presidente do Benfica injustamente preso só porque foi apanhado a cometer ilegalidades. Um escândalo, aquela prisão. Sabem quem é que também prendia pessoas? A PIDE. Além de escutar pessoas, como agora vergonhosamente se escutou Pinto da Costa, também prendia. Vale e Azevedo e Pinto da Costa são, portanto, vítimas da polícia política do Estado Novo. Tantos anos a homenagear antifascistas e nunca ninguém se lembrou destes dois mártires. Até esta semana. A justiça chega tarde mas chega, felizmente.
Segundo a Rádio Renascença, o Porto acaba de contratar Kléber por 8,5 milhões de euros. Da forma de pagamento não se sabe muito, mas uma coisa é certa: o passe do jogador não será pago em petróleo. Kléber é conhecido no Brasil como o novo Animal por ter problemas de comportamento semelhantes aos do encantador Edmundo. Na época 2008/2009 foi o jogador do campeonato brasileiro que viu mais vezes o cartão vermelho: seis. A sua especialidade é pisar adversários, mas também os pontapeia e acotovela com categoria. Ou muito me engano ou vai ser mais uma vítima de infames provocações.
segunda-feira, janeiro 25, 2010
Zé Diogo Quintela responde a Pinto da Costa.
Confesso que acho estranho: Pinto da Costa esforçou-se tanto para que as escutas verdadeiras não fossem admitidas em tribunal, mas agora quer que o mesmo tribunal aprecie uma escuta inventada por mim. Realmente, tinha graça que as escutas verdadeiras fossem nulas em tribunal mas as inventadas fossem aceites. Querem ver que a única pessoa condenada por causa de uma escuta relativa ao Apito Dourado ainda vou ser eu?
Diz Pinto da Costa que faltei ao respeito a um clube centenário. O que nem é muito rigoroso: o FCP é um clube bicentenário, já que festejou um centenário em 1993 e outro em 2006. Parece que o mal é eu ter falado na versão da Carolina Salgado. Portanto, se eu me inspirasse antes na versão oficial de Pinto da Costa e de Augusto Duarte, estaria tudo bem.
Para quem não se lembra, essa versão é a seguinte: dois dias antes de um jogo importante para as aspirações do Porto, Pinto da Costa recebe em casa o árbitro que o vai apitar, Augusto Duarte. Diz que a visita é inesperada. As escutas desmentem-no. Diz que a visita não se cruzou com Carolina Salgado.
A visita desmente-o. Árbitro pede a Pinto da Costa favor relativo a seu pai, uma vez que Pinto da Costa tem influência sobre o presidente do Conselho de Arbitragem, superior hierárquico do pai (membro do Conselho de Arbitragem, entretanto condenado noutro processo de corrupção desportiva).
Dois dias depois, o árbitro erra a favor do Porto, não expulsando um jogador aos 15 minutos de jogo. O Porto acaba por se sagrar campeão na jornada seguinte, podendo descansar jogadores para a meia-final da Champions. A justiça desportiva condena o Porto. O Porto não recorre. De facto, esta versão é insuspeita. Só não se sabe é se Pinto da Costa chegou a fazer o tal favor ao árbitro.
Se o processo avançar, fico então à espera que alguém me avise com antecedência, para eu me pisgar para a Galiza. Parece que é assim que se faz nestes casos. No fim, enviarei a conta dos advogados para o FCP. Pode ser que paguem por engano, como pagaram a viagem ao Brasil de José Amorim e família. Aliás, árbitro Carlos Calheiros e família.
Até agora, só por ter trocado alguns mails com os meus advogados, já gastei serviços jurídicos no valor de 2 árbitros e meio. Em preços actuais, não os da tabela antiga, do Juiz Mortágua. Sobre o que disse nestas crónicas, cá estarei para dar a cara. Como o guarda-redes da União de Leiria.
Lindo!
sábado, janeiro 23, 2010
As tunelices do sistema
Trata-se de um tema cuja abordagem se impõe, tal é a transbordante indignação de certas personagens, sejam Pôncios (Pilatos!) ou Tavares (dos maus falares!), habituadas à prevalência, custe o que custar, da sua dogmática opinião!
O túnel-fundador foi escavado no antigo Estádio das Antas, sem que, à época, existissem stewards ou câmaras de videovigilância, comissão disciplinar da Liga ou processos do género apito dourado!
Vivia-se, então, sob a égide do SISTEMA criado à imagem e semelhança da criatura que o concebeu e corporizou.
O SISTEMA estava no seu auge e quem o geria punha e dispunha do que tinha, e tudo tinha, contra quem quer que fosse.
A alegada reviravolta operada nos comandos do futebol português, na esteira do 25 de Abril e muitas vezes utilizada para denegrir clubes que sempre viveram em democracia, mesmo antes dela existir no País, não passou, nem passa, afinal, de uma nuvem de hipocrisia, destinada a camuflar a operação que estava em curso.
Quem não se lembra dos crimes perpetrados no túnel das Antas, pelo famigerado “guarda” Abel e o seu gang, contra atletas e dirigentes de vários clubes (Benfica e Belenenses, por exemplo)?
Quem não se lembra das gravíssimas ameaças feitas pelo dito “guarda" a presidentes do Benfica?
Quem não se lembra do tempo de antena, sempre em horário nobre, que o pai do SISTEMA tinha nos vários órgãos de comunicação social, pública ou privada?
Quem não se lembra do traiçoeiro processo que levou o Paulo Futre a deixar o Sporting e a ingressar no F. C. do Porto?
Quem não se lembra das interferências que conduziram a outras transferências, designadamente aquelas em que o Benfica estivesse envolvido?
Quem não se lembra das ofertas de viagens ao Brasil para árbitros, alguns Calheiros, mas todos parceiros?
Quem não se lembra dos serões em família, realizados, preventivamente, em vésperas, entre o pai do SISTEMA e o árbitro nomeado para o jogo do clube daquele!
Quem não se lembra do que as escutas do processo apito dourado revelavam e de que os seus conteúdos só não foram decisivos por razões de mero formalismo?
Quem não se lembra da Associação que, por sistema, escolhia o presidente para a arbitragem, uma espécie de procurador para as nomeações feitas à medida dos interesses representados?
Quem não se lembra do choque provocado por um tal Pratas, numa final realizada em Coimbra, que, depois de uma assopradela a-sistémica, fez os máximos olímpicos nos 100 metros tristes, a fim de não ser abalroado/atropelado pelos jogadores da equipa mais sistemática de sempre?
Quem não se lembra dos apertos dados, na Reboleira, pelos jogadores da equipa do guarda Abel, a outra equipa, a que apitava o jogo, após esta tomar uma decisão não sistematizada?
Quem não se lembra do lançamento de frases incendiárias, como a do “nós só queremos Lisboa a arder”?
Quem não se lembra que duas das chamadas equipas grandes do futebol português granjearam o seu mais reputado prestígio e ganharam o seu mais simbólico palmarés ao ritmo de violinos de excelência ou da genialidade do “pantera negra”, isto é, de quem se movimentava dentro das quatro linhas?
Só aqueles que têm a memória tão curta quanto a conveniência sem véu com que a sua má consciência se tenta acobertar!
“Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.”
(popular)
(Texto retirado do serbenfiquista.com)
A chama imensa: Subtilezas do futebol português
Há antijogo bom e antijogo mau. Pela segunda jornada consecutiva, um adversário do Porto é expulso por mão na bola sem ter tocado com a mão na bola. Julgo que se trata de uma estratégia para prejudicar o Porto. O tempo que se perde a assinalar uma falta que não existe, a expulsar um jogador que não merece ser expulso e a esperar que ele saia de campo enquanto tenta fazer ver a toda a gente que o que acaba de acontecer é uma vergonha, são minutos preciosos que o Porto não pode aplicar a marcar golos com a mão. É certo que, na primeira parte, o Porto marcou um golo que foi mal invalidado. Falcao, que ironicamente dessa vez até optou por marcar com o pé, estava em jogo. Mas, ainda assim, não tão em jogo como estava o jogador do Paços no último minuto do Paços de Ferreira-Porto da primeira jornada, quando se isolou à frente do guarda-redes.
Há ilegalidades boas e ilegalidades más. As escutas, as nunca desmentidas escutas, foram agora colocadas no YouTube — facto que, como é evidente, vai levantar muitas e importantes questões. A quem interessa que tenham aparecido? Que leis viola a sua publicação? Quem as publicou? Porquê agora? Porquê no YouTube? Porquê cerca das dez da noite? Porquê com legendas brancas sobre fundo negro? Enfim, vai discutir-se tudo sobre as escutas. Tudo menos o que lá é dito, bem entendido. Há sempre quem tenha a caridade de nos explicar que isso é um pormenor que não interessa nada. Pela minha parte, tenho a certeza de que se trata de mais uma urdidura centralista e critico sobretudo o YouTube: um sítio que proíbe a divulgação de pornografia mas não coloca objecções à difusão de obscenidade moral não merece respeito. A outra obscenidade vale muito mais a pena. Se o incidente tiver alguma consequência, que seja nas escolhas literárias de Pinto da Costa. O presidente do Porto declama José Régio sempre que pode. Mas os diálogos que interpreta nas escutas também são muito ricos. Podia passar a declamá-los nas festas, em substituição do Régio. Em vez do Cântico Negro, passa a declamar o Cântico ao Homem Que Veste de Negro. Em vez do verso «Não vou por aí!», o também bonito «Não vá por aí, que a minha casa fica na segunda à direita, depois da rotunda». É tudo tão subtil, tão cheio de subentendidos... Que faz um árbitro que quer ir a casa de um dirigente desportivo pedir-lhe que preste aconselhamento matrimonial ao pai? Primeiro, não pede para ir lá a casa, nunca fala no pai, não diz uma palavra sobre aconselhamento matrimonial, e jamais refere o nome do dirigente. É contactado por um empresário e combinam um encontro com um engenheiro máximo que é gerente de caixa. Que faz um dirigente que é surpreendido pela visita de um árbitro? Combina a visita com um intermediário, com alguns dias de antecedência, e fornece indicações sobre o melhor caminho para chegar a sua casa — a mesma em que vai ser surpreendido. Depois da publicação em jornal e na Internet, aguardo a edição destes diálogos em livro. O tribunal não liga nenhuma às escutas, mas o público interessa-se muito por elas.
Há milhões suspeitos e milhões insuspeitos. Quando Benfica e Sporting começaram a fazer contratações de Inverno, Pinto da Costa disse que o seu clube não contrataria ninguém porque no Porto não havia petróleo. Duas semanas depois, o Porto contratou Rúben Micael. Antigamente, era preciso perfurar o solo para encontrar petróleo. Agora, basta empatar em casa com o Paços de Ferreira. Deve ser uma tecnologia nova. Se o Paços quiser fazer o favor de vir empatar ao meu quintal, eu agradeço.
Há violência boa e violência má. Os elementos da equipa do Porto vão para o balneário e agridem seguranças. Os elementos da equipa do Sporting vão para o balneário e agridem-se uns aos outros. Trata-se do tipo de agressão que prefiro. É o lado bonito da violência — e Sá Pinto sempre foi o melhor a mostrá-lo. É um homem que, antes de ser director desportivo do Sporting, fez um curso de direcção desportiva. Chegou dez minutos atrasado à primeira aula, e perdeu aquela parte em que o professor explica: «Bom, isto nem é preciso dizer, mas evitem agredir o melhor jogador da vossa equipa. É a regra básica de um dirigente. Pronto, vamos então começar a dar matéria mais complicada…» Enfim, o destino prega partidas destas. Liedson recuperou de uma lesão em tempo recorde e, nos primeiros 20 minutos que jogou, marcou dois golos. Sá Pinto decidiu premiá-lo com dois bananos nas ventas. Hélder Postiga deve ter suspirado de alívio por não marcar golos desde o Paleolítico Inferior. Apesar de tudo, não concordo que a escolha de Sá Pinto para aquele lugar tenha sido disparatada. Sá Pinto tem perfil para dirigente. Infelizmente, é para dirigente do Porto.
sexta-feira, janeiro 22, 2010
mas isto não deveria piorar a pena do Givanildo(Hulki)por ser reincidência?
http://img651.imageshack.us/img651/5693/soco2.jpg
Imagens de 2008 que a "Lusa" a mando do bufas estão por aí circular.
Então mas isto é uma resposta do bimbo ba bosta as escutas na net !?!?!?!?
Tenho pena!! Que tristes. Oh triste porco!!!!
quinta-feira, janeiro 21, 2010
Ficheiros áudio das escutas do Apito Dourado.
Alguns dos links poderão ser entretanto eliminados pelo Youtube ou Sapo Vídeos. Os links poderão ser actualizados.
ESTRELA X PORTO 12 - 2 - Escutas Pinto da Costa
http://www.youtube.com/watch?
BOAVISTA X PORTO - Escutas Pinto da Costa
http://www.youtube.com/watch?
[download vídeo]
SPORTING X PORTO - Escutas Pinto da Costa
http://www.youtube.com/watch?
[download vídeo]
ESTRELA X PORTO 12 - 1 - Escutas Pinto da Costa
http://www.youtube.com/watch?
[download vídeo]
BOAVISTA X ESTRELA 1 - Escutas Pinto da Costa
http://www.youtube.com/watch?
[download vídeo]
BOAVISTA X ESTRELA 2 - Escutas Pinto da Costa
http://www.youtube.com/watch?
[download vídeo]
VITOR PEREIRA - Escutas Pinto da Costa
http://www.youtube.com/watch?
[download vídeo]
BEIRAMAR X PORTO 1 - Escutas Pinto da Costa
http://www.youtube.com/watch?
[download vídeo]
BEIRA-MAR X PORTO 2 - Escutas Pinto da Costa
http://www.youtube.com/watch?
[download vídeo]