Publicado na Sexta-Feira, dia 22 de Janeiro de 2010, por José Gabriel Ávila in A União - Jornal Terceirense
Trata-se de um tema cuja abordagem se impõe, tal é a transbordante indignação de certas personagens, sejam Pôncios (Pilatos!) ou Tavares (dos maus falares!), habituadas à prevalência, custe o que custar, da sua dogmática opinião!
O túnel-fundador foi escavado no antigo Estádio das Antas, sem que, à época, existissem stewards ou câmaras de videovigilância, comissão disciplinar da Liga ou processos do género apito dourado!
Vivia-se, então, sob a égide do SISTEMA criado à imagem e semelhança da criatura que o concebeu e corporizou.
O SISTEMA estava no seu auge e quem o geria punha e dispunha do que tinha, e tudo tinha, contra quem quer que fosse.
A alegada reviravolta operada nos comandos do futebol português, na esteira do 25 de Abril e muitas vezes utilizada para denegrir clubes que sempre viveram em democracia, mesmo antes dela existir no País, não passou, nem passa, afinal, de uma nuvem de hipocrisia, destinada a camuflar a operação que estava em curso.
Quem não se lembra dos crimes perpetrados no túnel das Antas, pelo famigerado “guarda” Abel e o seu gang, contra atletas e dirigentes de vários clubes (Benfica e Belenenses, por exemplo)?
Quem não se lembra das gravíssimas ameaças feitas pelo dito “guarda" a presidentes do Benfica?
Quem não se lembra do tempo de antena, sempre em horário nobre, que o pai do SISTEMA tinha nos vários órgãos de comunicação social, pública ou privada?
Quem não se lembra do traiçoeiro processo que levou o Paulo Futre a deixar o Sporting e a ingressar no F. C. do Porto?
Quem não se lembra das interferências que conduziram a outras transferências, designadamente aquelas em que o Benfica estivesse envolvido?
Quem não se lembra das ofertas de viagens ao Brasil para árbitros, alguns Calheiros, mas todos parceiros?
Quem não se lembra dos serões em família, realizados, preventivamente, em vésperas, entre o pai do SISTEMA e o árbitro nomeado para o jogo do clube daquele!
Quem não se lembra do que as escutas do processo apito dourado revelavam e de que os seus conteúdos só não foram decisivos por razões de mero formalismo?
Quem não se lembra da Associação que, por sistema, escolhia o presidente para a arbitragem, uma espécie de procurador para as nomeações feitas à medida dos interesses representados?
Quem não se lembra do choque provocado por um tal Pratas, numa final realizada em Coimbra, que, depois de uma assopradela a-sistémica, fez os máximos olímpicos nos 100 metros tristes, a fim de não ser abalroado/atropelado pelos jogadores da equipa mais sistemática de sempre?
Quem não se lembra dos apertos dados, na Reboleira, pelos jogadores da equipa do guarda Abel, a outra equipa, a que apitava o jogo, após esta tomar uma decisão não sistematizada?
Quem não se lembra do lançamento de frases incendiárias, como a do “nós só queremos Lisboa a arder”?
Quem não se lembra que duas das chamadas equipas grandes do futebol português granjearam o seu mais reputado prestígio e ganharam o seu mais simbólico palmarés ao ritmo de violinos de excelência ou da genialidade do “pantera negra”, isto é, de quem se movimentava dentro das quatro linhas?
Só aqueles que têm a memória tão curta quanto a conveniência sem véu com que a sua má consciência se tenta acobertar!
“Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.”
(popular)
(Texto retirado do serbenfiquista.com)
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